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A transformação digital na comercialização de autopeças e serviços de pós-venda está ganhando uma nova aliada: o social commerce. Mais do que uma tendência, o uso de redes sociais para gerar vendas diretas está se consolidando como estratégia essencial para distribuidores, fabricantes e oficinas que buscam mais eficiência, proximidade com o cliente e diferenciação no mercado.
Uma das principais frentes dessa transformação é o live commerce, modelo que une transmissões ao vivo e vendas em tempo real. A prática, que ganhou força na China e movimentou mais de 3,5 trilhões de yuans em 2022, segundo a Statista, já começa a ser adotada no setor automotivo como forma de apresentar catálogos digitalizados, esclarecer dúvidas técnicas e aumentar a conversão online de itens como filtros, amortecedores, baterias e acessórios.
Segundo o Research and Markets, a expectativa é que o mercado global de live commerce movimente mais de US$ 600 bilhões até 2027. No Brasil, grandes players como Mercado Livre e Americanas já investem em lives com influenciadores para impulsionar vendas — e o segmento de autopeças tem seguido esse caminho com bons resultados.
Catálogo técnico ao vivo e vendas mais assertivas
Ao contrário do varejo tradicional, o setor automotivo lida com um desafio extra: a complexidade técnica das peças. Nesse cenário, o live commerce surge como uma solução eficaz para educar o comprador final e o mecânico, que muitas vezes ainda têm dúvidas sobre a aplicação correta dos componentes.
É o caso de distribuidores que promovem lives técnicas com especialistas, explicando, por exemplo, as diferenças entre filtros de cabine, como identificar peças compatíveis via catálogo digital e quais são os erros mais comuns na instalação de sistemas de suspensão. Esse tipo de conteúdo não apenas ajuda a reduzir devoluções e erros de compra, como fortalece a confiança do cliente na loja.
Além disso, ao integrar o catálogo digital ao sistema de gestão, já é possível atualizar preços e estoques em tempo real, garantindo mais agilidade na hora da venda. Isso também possibilita destacar promoções relâmpago durante as lives, o que aumenta o senso de urgência e a taxa de conversão.
O impacto direto para oficinas, lojistas e consumidores
A digitalização do processo de venda — somada ao engajamento do social commerce — tem um efeito direto na ponta: o comprador final ganha tempo, tem mais clareza sobre o que está adquirindo e sente mais segurança para finalizar o pedido.
Segundo levantamento da Think With Google, 55% dos consumidores afirmam que vídeos ao vivo os ajudam a tomar decisões mais rápidas na hora de comprar online. E quando se trata de peças automotivas, que exigem precisão e confiança, esse conteúdo em tempo real torna-se ainda mais relevante.
Oficinas que assistem a lives técnicas conseguem treinar suas equipes, conhecer lançamentos de produtos e até receber cupons ou condições exclusivas para compra direta via plataformas de e-commerce. Já os lojistas, ao entenderem melhor as vantagens de determinados itens, conseguem orientar seus próprios clientes com mais propriedade — criando uma cadeia mais informada e conectada digitalmente.
Mais do que tendência: social commerce como pilar estratégico
A combinação de redes sociais, catálogos digitalizados e transmissões ao vivo está remodelando a forma como as peças de reposição são apresentadas e comercializadas. A interação em tempo real, aliada à confiança gerada por profissionais da área, cria uma jornada de compra mais clara, eficiente e orientada à conversão.
Marcas que antes dependiam exclusivamente do canal físico agora experimentam um novo patamar de relacionamento com o público — mais direto, mais educativo e mais digital.
E se, até pouco tempo atrás, falar em vendas de autopeças via redes sociais parecia improvável, hoje é possível dizer com segurança: o social commerce chegou para ficar — e promete ser um diferencial competitivo no setor automotivo.
