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Autopeças

México assume o volante: 4 em cada 10 autopeças nos EUA já são mexicanas

Crescimento contínuo, nearshoring e liderança regional impulsionam a indústria mexicana.

O México continua fortalecendo sua posição como líder absoluto na exportação de autopeças para os Estados Unidos, superando amplamente concorrentes tradicionais como Canadá e China. Em um cenário global de reconfiguração industrial, o país soube aproveitar suas vantagens competitivas para se consolidar como parceiro estratégico na cadeia de suprimentos automotiva da América do Norte. 

Segundo a Indústria Nacional de Autopeças (INA), entre janeiro e agosto de 2024, o México alcançou uma participação de 43,1% nas importações norte-americanas de autopeças, consolidando-se como principal fornecedor de componentes para veículos leves e pesados. Em comparação, o Canadá detém 10% e a China apenas 7,7%, marcando uma diferença significativa no panorama competitivo internacional. 


De 29% para mais de 43%: uma evolução com visão 

A ascensão mexicana não é recente, mas resultado de um crescimento sustentado. Em 2007, o México representava 29,8% das importações dos EUA no setor. Dezessete anos depois, o número ultrapassou 43%, consolidando uma tendência de alta, mesmo diante de desafios logísticos e econômicos globais. 

Esse desempenho está diretamente ligado ao fenômeno do nearshoring, que levou empresas europeias e americanas a transferirem operações da Ásia especialmente da China para o México, buscando reduzir distâncias, cortar custos logísticos e aproveitar as regras do T-MEC, que exigem conteúdo regional mínimo de 75% nos produtos automotivos. 


Exportações dinâmicas e superávit em alta 

Nos primeiros oito meses de 2024, as exportações mexicanas de autopeças atingiram US$ 72,55 bilhões, um crescimento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Cerca de 87,4% dessas exportações foram destinadas aos EUA, mas o México também fornece a outros 15 países, consolidando sua presença como ator global. 

As importações do setor cresceram 3,6%, totalizando US$ 46,961 bilhões. Ainda assim, o México mantém um superávit comercial sólido: em 2024, o saldo positivo foi de US$ 25,589 bilhões — 4% a mais que em 2023. 


Inovação, valor agregado e eletromobilidade 

O presidente da INA, Francisco González, destacou que o crescimento é também qualitativo. “Hoje, as autopeças que exportamos têm mais valor agregado. O México não apenas monta, também projeta, inova e caminha para uma indústria mais inteligente e sustentável”, afirmou. 

A eletromobilidade representa o próximo grande desafio e oportunidade. À medida que a região avança em direção a veículos mais limpos, cresce exponencialmente a demanda por componentes especializados, como sistemas de gerenciamento de baterias, eletrônica de potência e sensores inteligentes. O México, com sua infraestrutura robusta e mão de obra qualificada, está bem posicionado para liderar essa transição. 


Um ecossistema fortalecido 

O ecossistema automotivo mexicano reúne empresas locais de classe mundial como Katcon, Metalsa, Vitro, Rassini, Sisamex, KUO e Nemak e gigantes internacionais como Bosch, Continental, Denso, ZF, Autoliv, Magna e Valeo. Essas empresas produzem desde freios e transmissões até sistemas de assistência ao motorista e tecnologias avançadas de segurança. 

Somam-se a isso uma estrutura de custos altamente competitiva, localização geográfica estratégica e forte integração regional, posicionando o México não apenas como fornecedor eficiente, mas como parceiro confiável e de longo prazo para a indústria automotiva global. 

Paula Pallo
Graduada em Sistemas de Informação. MBA em Organização e Gestão. Analista de Conteúdos na Alephee.

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